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Boi Tatá






Diz a lenda que o Boitatá era uma espécie de cobra e foi o único sobrevivente de um grande dilúvio que cobriu a terra. Para escapar ele entrou num buraco e lá ficou no escuro, assim, seus olhos cresceram.

Desde então anda pelos campos em busca de restos de animais mortos. Algumas vezes, assume a forma de uma cobra com os olhos flamejantes do tamanho de sua cabeça e persegue os viajantes noturnos.

Às vezes ele é visto como um facho cintilante de fogo correndo de um lado para outro da mata. No Nordeste do Brasil é chamado de "Alma dos Compadres e das Comadres". Para os índios ele é "Mbaê-Tata", ou Coisa de Fogo, e mora no fundo dos rios.

Dizem ainda que ele é o espírito de gente ruim ou almas penadas, e por onde passa, toca fogo no mato. Outros dizem que ele protege as matas contra incêndios.

A ciência diz que existe um fenômeno chamado Fogo-fátuo, que são os gases inflamáveis que emanam dos pântanos, sepulturas e carcaças de grandes animais mortos, que vistos de longe parecem grandes tochas em movimento.

Mboitatá é o gênio que protege os campos contra aqueles que os incendeiam; como a palavra diz, Mboitatá é: "Cobra de Fogo". As tradições figuram-na como uma pequena serpente de fogo que normalmente reside nágua. Às vezes transforma-se em um grosso madeiro em brasa, chamado Méuan, que faz morrer por combustão quem incendeia inutilmente os campos.

Uma das lendas mais tradicionais do Rio Grande do Sul é a da Boitatá. Boi-tatá, cobra de fogo, chamava-se Boi-guassu, ou cobra grande. A lenda existe em todo Brasil, do norte ao sul. A Boi-guassu, quando houve o dilúvio, ou quando há inundações, ao ser acordada pela água, come todos os animais. No sul ela come apenas os olhos da carniça. Tantos olhos devora, que fica cheia da luz desses olhos.

O clarão vivo no qual se transforma é o Fogo-fátuo, ou Fogo-de-Santelmo. Ao viajante que a encontra resta ficar imóvel, de olhos fechados, sem respirar, então o Fogo-fátuo some. Mas, se o viajante o persegue, ele foge sem nunca ser alcançado. Quando o homem foge, Boi-tatá persegue-o, enloquece-o, e mata-o.


Nomes comuns: No Sul; Baitatá, Batatá, Boi-guassu, Bitatá (São Paulo). No Nordeste; Batatão e Biatatá (Bahia). Entre os índios; Mbaê-Tata, Mboitatá. Outros Países: Fogo de Santa-Helena, Víbora-de-fuego, etc.


Origem Provável: No Brasil é de origem Indígena. Os negros africanos também trouxeram o mito de um ser que habitava as águas profundas, e que saía a noite para caçar, seu nome era Biatatá. O Fogo-fátuo é tema universal no folclore e em todos os países existem narrativas que tentam lhe dar nomes, torná-lo uma entidade fantástica, viva.

Diz Anchieta em sua carta: "Há também outros fantasmas nas praias, que vivem a maior parte do tempo junto do mar e do rios, e são chamados de Baetatá, que quer dizer, "Coisa de Fogo", o que é o mesmo como se dissesse "o que é todo de fogo". Não se vê outra coisa senão um facho cintilante correndo para ali; acomete rapidamente os índios e mata-os, como os Curupiras: o que seja isso, ainda não se sabe com certeza."

É um mito que sofre grandes modificações conforme a região. Em algumas, por exemplo, ele é uma espécie de gênio protetor das florestas contra as queimadas. Em outras, ele é causador dos incendios na mata. Uma versão conta que seus olhos cresceram para melhor se adaptar à escuridão da caverna onde ficou preso após um dilúvio. Noutra ao procurar restos de animais mortos, come apenas seus olhos, assim absorve a luz e o volume dos mesmos, razão pela qual tem os olhos tão grandes e incandescentes.


Fonte: Mitos e Lendas Ilustradas do Folclore Brasileiro - UOL



Agora vamos conferir as releituras desta lenda, escrita por nossos alunos.
(Clique na imagem para ver em tamanho grande)





 

 

 

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